Ariadne L.
Disclaimers
Copyright: Nenhum em relação a utilização de personagens. Essa é uma estória Uber, portanto as personagens são minhas guardando apenas algumas características básicas das personagens de um certo show de tv.
Plágio: Esta Fanfic é uma cópia desavergonhada de uma estória que li a muito tempo publicada pela Abril Cultural em sua série Sabrina chama “A Ilha dos Desejos” (Beware the Beast) de Anne Mather, publicada pela primeira vez em 1976. A situação em bloco é a mesma, bem como várias cenas da referida estória, mas como não poderia deixar de ser a situação principal foi completamente modificada e rearranjada já que esta Fanfic trata da relação entre duas mulheres e não entre um homem e uma mulher.
Sexo: Se os deuses permitirem, muito.
Hurt/Comfort: Muito, reprimido, algum manifestado.
Violência: Nenhuma.
© 2000 Ariadne L.
Comentários construtivos devem ser enviados para ariadne_l@hotmail.com
O avião pousou em Atenas tarde da noite, e para surpresa de Letícia, Alexia anunciou que elas iriam pernoitar num hotel.
– Hotel? Mas você não tem uma casa aqui também?
– Não – foi a resposta da outra – porque teria? Eu posso chegar na ilha rapidamente de helicóptero, seria um desperdício manter uma outra casa tão próxima da minha.
– Então por que nós não vamos para lá de uma vez?
– Porque, pelo que eu entendi, você fica nervosa em aviões, e em helicópteros pode ser pior. Então nós vamos passar a noite aqui e pela manhã seguiremos de barco para casa.
– Você está me dizendo que nós iremos ficar num hotel hoje por que você está preocupada com o meu nervosismo com aviões? – perguntou Letícia com a voz cheia de incredulidade.
– É.
Letícia não conseguia acreditar que uma pessoa que estava disposta a usa-la contra sua vontade pudesse realmente mudar todos os seus planos por causa de um medo bobo, mas viu pela resposta seca que não haveria como tentar obter mais nenhuma informação da estranha mulher.
Seguidas pelos dois empregados de Alexia que Letícia começava a desconfiar que eram guarda-costas, o grupo, usando um carro enorme que parecia estar esperando por eles, dirigiu-se para um luxuoso hotel na cidade.
Letícia não conhecia Atenas, suas viagens nunca a trouxeram tão longe das cercanias de sua escola na Suíça. Teria sido uma grande emoção estar na cidade pela primeira vez, mas não era exatamente emoção que Letícia estava sentindo. Ela não conseguia deixar de pensar que poderia ser esta a noite que Alexia iria escolher para começarem a cumprir os termos do contrato. Alexia tinha dado uma breve explicação sobre o caso da gravidez, o que também não a estava deixando muito feliz, mas sobre esse ponto específico não havia muito com o que se preocupar. Pelo que ela havia entendido seria uma coisa muito clínica, sem maiores envolvimentos. Se bem que ela ainda não havia pensado como ela poderia gerar uma criança e depois deixa-la para trás, pois mesmo que geneticamente ela não fosse a mãe como não se envolver? Mas para Letícia o que realmente importava é que para isso não haveriam maiores envolvimentos com Alexia. Mas quanto ao resto... bem quanto ao resto Letícia simplesmente não conseguia nem de longe imaginar como iria se sentir ou o que iria fazer. E o friozinho que se fazia presente em seu estômago apenas a deixava mais consciente do fato.
O carro parou diante do hotel e as duas desceram. Alexia falou alguma coisa para um dos empregados, o que Letícia não pode ouvir e segurando-a pelo braço, entraram no recinto. Alexia, tinha uma suíte permanente no hotel, e ao vê-la, o rapaz da recepção a saudou respeitosamente e lhe entregou a chave.
As duas subiram para o quarto, e ao entrar Letícia sentiu uma leve tontura. “Oh céus! É uma cama de casal!” Ela pensou agoniada. Alexia ignorou a expressão de terror que vislumbrou no rosto da outra e disse.
– Você pode ocupar esse quarto, eu ficarei no anexo.
Letícia levemente admirada, disse num tom de pergunta:
– Mas eu pensei que você... bem... eu pensei que nós... você sabe...
– Fossemos dormir juntas? Alexia terminou a frase para ela.
– É. – Letícia completamente embaraçada respondeu. Será que Alexia ia pensar que ela estava querendo?
– Não se preocupe Letícia, tudo a seu tempo. Nós teremos tempo suficiente para resolver nossos assuntos na privacidade de nosso lar.
– Ah! Eu pensei por um momento que você tivesse desistido...
– Não, eu não desisti de nada. Considere isso apenas como um prazo maior para a execução dessa cláusula específica.
– É, você não iria desistir mesmo.
Alexia se dirigiu para o quarto anexo e trancou a porta. Ela estava chegando a um ponto onde não estava mais se reconhecendo. Onde será que isso tudo iria dar. Ela queria abraçar Letícia, e dizer tudo que ia em seu coração. Mas não havia modo nenhum de apagar os últimos dias, e agora só restava a ela levar toda essa situação até o fim e torcer para que seu plano inicial desse certo.
Alexia acordou um tempo depois com um som abafado vindo do outro quarto. Ela demorou a perceber o que era, e onde estava, afinal ela não dormira por muito tempo. Ela levantou-se e entrou no quarto de Letícia onde a outra, dormindo, parecia estar tendo algum tipo de pesadelo, agitada e murmurando alguma coisa que ela não conseguia entender.
– Letícia, querida acorde.
– Humm...
– Letícia acorde, é só um pesadelo. Alexia se sentou na beirada da cama tocando de leve o ombro da moça. Letícia abriu os olhos assustada e começou a chorar.
– O que foi Letícia? Fique calma, foi só um sonho mal ou você está sentido alguma coisa?
– Não... nada... acho que foi só o sonho mesmo. Disse a moça entre soluços, sentando-se na cama.
– Você quer contar sobre o que foi? Alexia falava tão suavemente, que por um tempo Letícia não se lembrou do que deveria sentir.
– Eu não consigo lembrar direito, é mais uma sensação ruim...
– Deite-se, eu vou pedir um chá para você.
Numa voz quase infantil Letícia chamou a mulher que já estava se levantando – Espere!
– O que foi?
– Não vai embora agora... será que você podia me fazer companhia até eu dormir?
Alexia deu um sorriso meio entristecido e respondeu: – Claro que sim. Ela se sentou outra vez e para sua surpresa a moça a puxou levemente indicando claramente que queria que ela deitasse com ela e a abraçasse. A mulher mais velha, não sabia como reagir, mas se deixou conduzir fazendo o que a outra estava precisando. Letícia se aconchegou no corpo dela e suspirou, voltando quase imediatamente a dormir.
Alexia ficou acordada por um longo tempo apenas sentindo Letícia encolhida contra seu corpo. Era com certeza a primeira vez que ela podia sentir o calor do pequeno corpo que ela tanto amava. Alexia só esperava que tudo isso pudesse realmente ter um final feliz. Ela sabia que do jeito que as coisas estavam, as chances eram realmente muito pequenas, mas os acontecimentos determinaram que ela se adiantasse no que havia planejado de início. Ela precisara agir com rapidez, e embora ela fosse considerada uma esperta estrategista nos negócios, no que dizia respeito à Letícia ela se sentia uma boba completa. E sentir o corpo da moça contra o seu não estava deixando que ela pensasse com muita clareza no momento. Alexia abraçou mais ainda a mulher, e deixando que seu corpo usufruísse intensamente o momento ela fechou os olhos e tentou dormir.
Assim que o sol começou a lançar seus raios sobre as duas mulheres adormecidas. Letícia acordou. Não abrindo seus olhos imediatamente a moça estava consciente apenas o suficiente para sentir uma paz enorme e uma sensação de aconchego e proteção que ela não sentia a muito tempo. Essas sensações duraram apenas alguns instantes, já que, junto com elas Letícia também começou a sentir um calor diferente em algumas partes de seu corpo. Até que ela percebeu que não estava sozinha na cama. Ela olhou para trás e viu Alexia.
“Oh céus! O que foi agora! Não vai me dizer que eu fiz alguma coisa e nem percebi!” Ela tentou levantar sem acordar a outra, mas ao primeiro movimento Alexia acordou. Aquela cor azul dos olhos de Alexia já era inacreditável quando a mulher estava acordada, em olhos sonolentos era quase impossível não encarar. A impressão que Letícia estava tendo era que ela precisava mergulhar nesse azul.
– Bom dia. – Alexia falou. Você conseguiu dormir?
– Sim, eu dormi sim.
Nenhuma delas se sentiu preparada o suficiente para ter nenhum tipo de conversa. Desse modo as duas num primeiro momento de comum acordo decidiram não falar nada sobre essa estranha proximidade.
Depois de um rápido desjejum, as duas acompanhadas dos empregados de Alexia foram até a marina de onde seguiram para Hidros.
continua no Capítulo II parte 3 qcua07
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2000 - Ariadne L.